sexta-feira, 18 de março de 2011

A experiência transmidiática em Alice de Tim Burton

No longínquo mês de junho de 2009, as primeiras fotos do filme “vazaram na web”; em julho, foi a vez do trailer cair na rede e, em setembro, imagens do set. A partir daí uma sucessão de estratégias em diferentes meios:
- o press kit entregue a jornalistas e blogueiros foi um incrível livro personalizado com a história. Dentro dele um livro menor, e ainda outro, até encontrar uma chave pequena com a USB que trazia informações e cenas especiais;
- utilizando a técnica Flashmob, uma ação chamada Tea Party trouxe dezenas de bailarinos fantasiados como personagens de Alice, que “invadiram” a feira Magic Marketplace (importante evento de moda);
- passando pra mídia impressa, a Disney comprou a capa do LA Times, por uma bagatela de 700 mil dólares;
- já na televisão aberta, a Disney reservou um dos milionários espaços do Super Bowl;
- a Amazon disponibilizou a trilha sonora do filme;
- entre os souvenirs oficiais, foram produzidos bonecos do Chapeleiro Maluco (personagem de Johnny Depp), além de uma linha exclusiva de roupas, bolsas, canecas, esmaltes e joias;
- o diretor do filme concedeu entrevista exclusiva via livestream no MySpace, atraindo mais de 400 mil espectadores;
- Alice no País das Maravilhas tem um mobile game para Iphone;
- é claro que também foi lançado um game oficial para Nintendo DS e Wii;
- o perfil oficial do Twitter, @importantdate, possui mais de 15 mil seguidores e divulga fotos, entrevistas e promoções exclusivas;
- já a página oficial no Facebook foi a primeira a divulgar os pôsteres do filme e hoje conta com 1 milhão e 300 mil fãs, que têm acesso a informações, trailer, jogos e aplicativos como o do Chapeleiro Maluco;
- a revista WIRED publicou um vídeo com o making of do filme;
- outra forma de mídia utilizada foi a sala de cinema, em que o trailer de Alice, que terá versão em 3D, foi exibido antes da megaprodução Avatar;
- o offline ataca com um outdoor do personagem de Johnny Depp;
- a sessão de premiére mundial foi transmitida ao vivo no Facebook;
- ah, e esqueci do site oficial, que traz todas essas coisas citadas, e ainda possibilita a compra online de ingressos para assistir o filme no cinema.
Ufa! Cansou?
As ações de divulgação da Disney desencadearam diversas outras manifestações não-oficiais, como exposições e eventos temáticos,o que colaborou para o sucesso de bilheteria que o filme se tornou logo nas primeiras semanas de exibição. Lançado em 4 de março nos Estados Unidos e em outros países, Alice quebrou recordes e superou Avatar, atingindo U$ 210,3 milhões no primeiro fim-de-semana (sendo que a produção ainda não estreou em 40% do mercado mundial).
É claro que uma parcela considerável deste sucesso vem da história maluca de Lewis Carroll e da fórmula Tim Burton + Johnny Depp, que já possui uma legião de fãs. Mas o investimento em recursos transmidiáticos para divulgação geraram grande curiosidade e expectativa no público, impactando o maior número de pessoas de diferentes formas e, com isso, obtendo o maior lucro possível. Com mais esse sucesso na indústria do entretenimento, é provável que a maioria das produções cinematográficas adotem o Transmedia Storytelling como parte fundamental de suas estratégias de divulgação.  
Atualização: no caso de Alice, os recursos de transmídia foram utilizados como estratégia de divulgação do filme, e não da história (que não continua nesses outros meios, mas oferece uma experiência interativa que pessoas que apenas assistiram o filme não irão conhecer).

Alice Book




Alice no País das Maravilha – Trailer Legendado

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